quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Para o Killer dócil!



      Não sou dado a chamego com animais, nem me sinto muito confortável quando chego na casa de alguém e o seu "filhinho" vem me lamber, se esfregar em mim ou coisa que o valha. E o pior é que os "pais" destes pets esperam que o seu comportamento seja idêntico ao deles, não lhe é dado o direito de não gostar de certos tipos de contato. E é sempre a mesma história: “Ele é limpinho, toma banho toda semana!”, ou “Deixe ele te lamber, faça só um carinho, coce a barriguinha dele que ele para!”. Não eu. Ele lá eu cá!

     Apesar destas (minhas) restrições, respeito e admiro todas as pessoas que têm um comportamento diametralmente oposto ao meu, ou seja, a maior parte da humanidade (tô lenhado!), e sempre friso que apesar de não gostar do contato eu não os maltrato, sou até simpático com eles, guardada a distância de segurança, e fico revoltado quando alguém os trata com perversidade, os machuca, ou, quando velhos e doentes, os abandonam em qualquer esquina e os entrega à própria sorte. Quem age assim, sob minha ótica, teria coragem de fazer a mesma coisa com um ser humano.

       Porém, e há sempre um porém, nos últimos 14 anos, na casa dos meus pais, um destes animais ocupou o mesmo espaço que eu me referi nas primeiras linhas deste texto. E que espaço! Killer!! Cachorro enorme, que amedrontava qualquer um à primeira vista, valente, sanguinário, assassino já no batismo!!

     Qual nada, devido à criação e por culpa do meu pai, Killer era muito dócil, qualquer pessoa entrava lá em casa desde que estivesse acompanhado por um de nós, um molengão, exceto quando se tratava de outro animal, de ratos a cavalos, aí sim ele se transmutava em “The Killer”, e se aparecesse mais de um, alguns outros cachorros, por exemplo, ele se tornava o “serial killer”. Nunca vi tanta raiva!

   Como eu disse, eu nuca fui chegado a contatos e ficava “injuriado” quando Killer se aproximava sorrateiramente e me lambia. Que raiva eu ficava, juro! Colocava ele pra fora de casa, xingava ele e fechava todas as portas. No fundo eu entendia que essa era a forma dele “dizer” que gostava de mim, apesar d’eu significar sempre o seu passaporte para fora.

      Mas eu também sou agradecido a ele. Agradecido pela forma como sempre demonstrou o seu amor por todos lá em casa, como sempre brincou com minha filha Eduarda e minha sobrinha Bia, que cresceram com ele, e agora, durante esses cinco últimos anos, pela paciência e carinho que demonstrava pelo meu guri, Rodrigo. Neste aspecto, as minhas crianças em nada saíram à mim, graças a Deus!, pois adoram animais domésticos.

       O tempo foi nosso inimigo e Killer já estava muito velhinho! Há mais de ano que eu já não percebia nele a mesma disposição. Nem para brincar com Bia ou Rodrigo. Nem para sair correndo em disparada depois do banho dado por meu pai. Que pena! E aí vieram as doenças, sempre recorrentes. Ele superava, pois muito forte, mas logo depois vinha outra! Já não tinha força nem pra fugir de casa quando encontrava um portão aberto, o que era um desespero para todos!

       Tudo começou a piorar quando, num surto do instinto, encontrou a garagem aberta, não se conteve e fugiu atrás de um vira-latas, que lhe escapou facilmente (que vergonha, hein?), e aí, alguns dias depois, ele já não andava mais, começou a se arrastar, impulsionado pelas patas dianteiras, e depois nem mais isso!

      O nosso Killer já estava definhando e nós todos sofríamos muito com isso! E, veja só a ironia, eu, que guardo aquela distância e blá blá blá, me vi várias vezes carregando ele de um lado para outro para tirá-lo da grama por causa do sol, ou movê-lo de um lado para outro, pois muito quente o piso, ou para lhe levar a cuia de água até sua boca, pois mal tinha força para erguer o pescoço e a cabeça!

      Quantas vezes ao erguê-lo eu sujei as mãos do sangue que minava das suas enormes feridas abertas! Pra onde foi a minha “restrição” ao contato com animais? Eu respondo: ela ainda está lá, só que está no mesmo lugar onde também residem a minha humanidade e o meu amor por todos os seres vivos. Foi Cristo quem ensinou!

      Muitas vezes eu chorei, como estou chorando agora! Mas sei que já já chega a hora de só lembrar dele com alegria pelos muitos momentos bons que todos tiveram com ele. Posso citar aqui o já tão citado Saint-Exupéry: “Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas!”, mas só que vou inverter os sujeitos para dizer que é Killer que não poderia ter nos deixado, sei que ele precisava descansar, estava sofrendo muito, mas ele conquistou a todos nós então  é responsável pela gente, não tinha esse direito, não poderia ter partido!

       Minha mãe me disse que ontem Rodrigo, ao chegar em sua casa, perguntou: “Vó, eu já cheguei, por que Killer não veio me cheirar?”. Cadê a resposta? Não há! Neste instante, se eu conseguir terminar de escrever, só posso dizer:

       Obrigado, meu amigo!



       
P.s.: Este vídeo tem três anos!


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Tijolaço Nº 2!!

  

A verdade é que o Tijolaço I deu uma melhorada no acesso ao microfone das atividades de campanha de Ademar Delgado,, porém as diferenças da quantidade e qualidade do material de campanha para a chapa proporcional ainda é desigual e deficiente. 

Não tenho amizade com grandes empresários,nem tampouco com grandes investidores de campanhas eleitorais. Uma ex aluna me parou e disse que eu era um bom candidato e que votaria em mim,,mas precisava que eu a ajudasse colocando-a para distribuir uns panfletos pelo valor de mercado,, segundo ela, R$ 30,00 por dia. Disse-lhe que não tinha grana alguma,, sequer do salário, pois estava bloqueado por perversidade de Wagner,,aí ela disse: "Você esta mentindo eu vi umas meninas carregando sua bandeira nos 46, todo mundo que está apoiando Ademar ta pagando para distribuir panfletos e segurar bandeira!". Acho que a convenci que estava enganada, e que eu não tinha colocado ninguém para desenvolver este trabalho,,apenas eu, e alguns amigos que me acompanham. 


Tudo isto para dizer como o poder econômico, por parte de alguns, como: Otaviano, Marcelino, Paulinho, Alfredo, Dilson, Téo, Elinaldo, e alguns outros poucos que não me lembro neste exato momento. confundem a população menos esclarecida, que candidato a cargo eletivo tem que ter uma mega estrutura, pois os candidatos à chapa majoritária distribuem abundantes recursos. Não tenho parentes poderosos, como alguns dos citados, espero que o censo comum esteja certo e que de fato o candidato a prefeito que eu defendo, membro do projeto que eu sempre defendi, tenha sensibilidade nesta disponibilização, mesmo acreditando que eles preferem os que estarão com quem quer que esteja no poder, ou os envolvidos em projetos familiares

Espero, como deseja meu partido, que seja implementado o investimento público nas campanhas eleitorais, já que nossa justiça é cega e não observa como diz Delúbio os recursos não contabilizados despejados nos apadrinhados de nossa cidade, mesmo que estes não tenham nada para dizer, nem demonstrado sua capacidade na gestão pública, alguns recém saídos da adolescência e apenas acostumados a fazer campanha com o saco de dinheiro na mão.

Queria ver uma campanha sem dar empregos, importante moeda de troca, ou esbanjando  recursos, que a experiência e as informações públicas demonstram serem na verdade recursos públicos, que deveria ser de todos, oxigenados para alguns, bonitinhos e caladinhos, que jamais ajudarão a revolucionar nossa Camaça! “A prática é o critério da verdade!” [ Lênin ]


Saudações socialistas e revolucionárias!

Pardal

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pensando muito bem, o meu vereador é Pardal!



"Não se trata, absolutamente, de evitar todos os erros e crimes, pois eles são inevitáveis - mas de saber como, no meio deles, a gente pensa, sente e sofre"
Karol Irzykowsky (1873-1944)

              Por que Pardal? porque Pardal nunca se resignou e nem compactuou com qualquer tipo de injustiça, corrupção ou má conduta de agentes públicos. De nenhuma espécie! Muito pelo contrário, sempre denunciou, brigou e, por conta do seu espírito desapegado e contestador, sofreu na pele as consequências de seu inconformismo. Até do dito fogo amigo ele já saiu chamuscado. É por isso que nele eu acredito, voto e para ele peço votos. Precisamos de um vereador de verdade, camaçariense de verdade e comprometido de verdade! Pensando bem, Professor Pardal. 65.656!!!!!

Propostas de Pardal:

EDUCAÇÃO:

Implementação da Educação em Tempo integral na rede municipal de ensino;
Valorização da Carreira do Magistério;
Garantia da meia passagem o ano todo, inclusive domingos e feriados;
Criação de infocentros em todos os bairros e comunidades do município.

MEIO AMBIENTE:

* Criação da Secretaria de Meio Ambiente;
Estabelecer legislação para proteção ambiental;
Criação de área municipal de proteção ambiental;
Ampliação da rede de ciclovias no município;
Criação do parque zoobotânico municipal (Ex Parque da Cidade).

CULTURA:

Valorização dos editais de cultura;
Incentivar as atividades culturais em suas diversas linguagens;
Incentivar a inter relação das atividades das Secretárias de Cultura e Educação;
Criação do memorial histórico de Camaçari – Nossa história, nossa cultura, nossa arte, nosso povo nunca     poderão ser esquecidos!

 "A partir do respeito ao meu partido e aos meus concidadãos, pretendo unir pessoas que tenham a mesma identidade e a concepção de que uma cidade mais justa e equilibrada é perfeitamente viável."
              Professor Pardal!!          


sexta-feira, 10 de junho de 2011

Mesmo eu estando do outro lado!*


Já vai, é? Poxa, não vá agora não. Fique aí, a gente nem brincou direito! Tá com pressa, não gosta mais de brincar comigo?
Eu sei que são sempre as mesmas brincadeiras, e que você precisa de coisas diferentes... mas, eu prometo, prometo que vou criar aventuras novas, que vou arrumar uns brinquedos diferentes e que não vou mais brigar contigo.
Vá não, eu deixo você mexer no meu computador sozinho. Juro que não vou ficar mais te reclamando e dizendo que é a minha vez. Tudo bem que eu sou mais velho, e às vezes não gosto das mesmas brincadeiras que você; que, quase sempre, me sinto cansado. Mas se lembre que eu sei muitas coisas que você ainda não sabe, e que eu posso, e quero, lhe ensinar!
Eu ainda nem te ensinei a andar de bicicleta. Eu ainda nem te comprei uma! Ainda não te ensinei a jogar bola (sei que sou ruim, mas sei que você me acha um craque), nem te levei ao estádio pra torcermos juntos pelo nosso Baêa, ao cinema, sei que não te levo à praia...
Mas eu me lembro que te levei à piscina, que passeava com você todas as manhãs, que te levava e ainda te levo pendurado, toda vez que você está comigo, pra tudo que é lugar. Você sabia que a maior parte das pessoas pensa que você mora comigo? Nós estamos todos os dias juntos!
Você é meu chapinha, meu maluquito, meu brother, meu bebê, o guri, meu superpereroi, MEU FILHO! Eu o sou seu chapa, seu maluco, o seu “cara de cocô”, O SEU PAI!
E agora, como é que vamos brincar todos os dias se você for? Tudo bem, eu sei que hoje temos os jogos “on line”, que temos o “skype”, o telefone... Mas será que é a mesma coisa? Eu penso que não! Como é que vou sentir seu cheiro? Como é que vou poder segurar a sua mão, afagar estes seus cabelos, que são meus... Como é que vou poder te beijar intensamente, e a toda hora, do jeito que eu te beijo? Que falta eu vou sentir de quando você, gratuitamente, me olha nos olhos e diz que me ama! Não vá não, por favor!
Sabia que eu olho pra você e me vejo? Só que eu vejo a versão que vai dar certo. Que não vai repetir os mesmos erros que eu cometi. É por isso que eu te peço pra ficar! Eu preciso brincar com você, preciso muito! Preciso que me ensine a ser melhor!
Se você ficar, eu deixo você não tomar banho antes de dormir por dois dias, juro que eu deixo! Deixo você comer salgadinho vermelho três dias seguidos; compro DEZ “kinder ovo” de uma vez só, e se vierem brinquedinhos iguais, eu compro mais DEZ; assisto com você o mesmo DVD uma semana inteira, não saio do seu lado!
Mas, mais do que tudo isso, eu te prometo ser um PAI melhor! É isso que você precisa? Eu tô achando que é. Sei que tudo o que tem acontecido é porque eu não fui suficientemente bom pra te manter ao meu lado. Você não precisa dizer que não é verdade. Sei que você é muito bom, que me ama e tal, mas eu sei que podia ter sido melhor. Não adianta me dizer, com os olhos e com o coração, que não é nada disso, que você sabe que eu te amo incondicionalmente e que faço tudo por você.
Então tá, vou te pedir: vá não, meu veinho! Vamos brincar só mais um pouquinho, tipo: PRA SEMPRE! Vá não, sei que já estão te chamando, mas... EU PEÇO À SUA MÃE!
SEU PAI.
*O título deste post é o nome de uma canção do Cascadura que Rodrigo adora, portanto, a eles peço licença!

domingo, 4 de julho de 2010

Se não os temos, como sabê-lo?


Hoje eu acordei com uma vontade cortante, angustiante de beijar os meus filhos. Me apressei em olhar Rodrigo - que é o filho que (ainda) mora comigo - e cutir a beleza, a tranquilidade e a paz que se manifestam na imagem de uma criança dormindo.

Imediatamente depois, passei a mão no telefone e liguei para a primogênita - que mora com a mãe, a cinquenta Km daqui - mas, como eu já esperava, ela ainda dormia. Ela foi morar um pouco longe, mas eu ainda sei todos os seus horários. Pena que não pude apreciá-la ainda dormindo hoje. Tudo bem, ainda (de anteontem pra) ontem eu te ninei, Eduarda, esperei você levantar e fui fazer o seu café.

Depois de ter acordado com essa vontade, fiquei boa parte da manhã com um poema de Vinícius de Morais na cabeça, e acho que foi isso que me levou a escrever este texto. O beijo em Rodrigo eu já dei (vários, por sinal), agora já consegui falar com Eduarda (tenho necessidade vital de fazer isso diariamente), então, precisava escrever pra ver se parava de ficar pensando no poema.

Disse o Poetinha:

Filhos...filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?

Eu tenho certeza que há alguns caras que não nasceram para a paternidade. Eu, certamente, não sou um deles! Meus filhos não foram programados, isso eu sei, mas há quase quinze anos (que é a idade da minha princesa) que eu sei que o mundo teria tons muito mais acinzentados, opacos, não fosse o colorido, de um brilho quase ofuscante, que a existência deles traz!

Oportuno é o raciocínio de Fabio Ulhoa Coelho, quando diz: "Mostrar o mundo para o filho é redescobri-lo nos seus perdidos detalhes: depois de crescer, a gente só se recorda que a lagarta se metamorfoseia em borboleta, e tantas coisas mais, ao falar disso com ele. Ter filhos, vivenciando intensamente a relação, é rejuvenescer."

Parece que Rodrigo sabe disso, mas o que ele não sabe (do alto dos seus quase três anos) é que a gente fica mais jovem na cabeça e no espírito, fisicamente nós não somos mais os mesmos e não dá pra ficar toda hora sendo o cavalo de corrida, o piso do pula pula ou sustentando ele no ar pra que ele voe igual a abelhinha do Bee Movie (socorro, um ortopedista!!).

Filhos? filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos Convulsos
Meu Deus, salvai-o!

É trabalho hercúleo, eu acho que já fiz queixas pra mim mesmo um zilhão de vezes, mas a recompensa de vê-los estarem bem depois de uma gripe, crise de garganta ou um machucado, faz qualquer fadiga parecer fichinha. Por vocês eu aprendi a lavar roupa, varrer casa, lavar pratos e evoluí de um nissin miojo para uma feijoada complexa. Lembra do macarrão com atum, que hoje você já faz tão bem, Eduarda? Aprendi a fazer tudo o que vocês precisam e, principalmente, o que mais gostam, meus filhos!

É claro que eu tenho plena consciência de que a minha condição é fruto do que eu adquiri dos meus pais, a quem eu devo tudo e que sempre cuidaram e cuidam, protegeram e protegem a mim, meus irmãos e seus netos. Não poderia ser diferente tendo os pais que tenho. Com eles eu continuo aprendendo que a distância não separa, une, que esta mesma distância não é obstáculo que impeça que estejamos sempre muito próximos, colados mesmo. Que o amor dá um nó que não desata nunca!

Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Eduarda e Rodrigo são o que me há de mais caro, tudo o que eu mais amo e, por isso, espero poder, pelo resto de minha vida, fazer com que vocês se orgulhem cada vez mais de descenderem de mim. Independente de vivermos o tempo todo na mesma casa, nós estamos e estaremos o tempo todo juntos!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Jagger e o JEGUE!!!!

Eu juro que eu já sabia! Não queria acreditar, mas sabia!

Aliás, eu que sou extremamente supersticioso, comecei a ter maus pressentimentos quando vi, no início da transmissão, a imagem de um dos meus ídolos dentro do estádio. Pois é, estou me referindo a Mick Jagger.

Mais do que ícone de várias gerações, lenda viva do Rock'n Roll, responsável por vários dos momentos inesquecíveis em minha e em várias vidas, Mick tem uma qualidade que eu considero primordial num Rockstar: é BROCADOR! Dos mais tenazes.

O problema, é que este foi, justamente hoje, O PROBLEMA!

No início da transmissão, não me lembro por qual canal, acharam Jagger dentro do estádio, acompanhado de seu filho (meio brasileiro, half English), torcendo pelo MEU Brasil. Não, mil, um milhão de vezes, não! Não podia ser. E por que eu tinha que chegar justamente naquela hora?

Quem tem acompanhado essa copa sabe que o líder dos Rolling Stones só tem trazido azar aos times pelos quais ele torce. Foi assim com os EUA, foi pior com o seu próprio time, a Inglaterra. Eu já tinha repetido pra mim mesmo: tomara que essa nisgaça nunca apareça num jogo do meu amado Brasil.

O pior é que não deu outra. Eu tinha me esquecido da condição de brocador-mor de Mick Jagger e, me esquecido mais ainda, que ele tinha um filho com uma pseudo-modelo brasileira. MERDA!

O guri não tem nada a ver com isso, pelo menos a metade brasileira dele. Ele não tem culpa que seu pai é um pé frio da miséria. Só não tenho mais pena dele, porque o quantum que ele vai herdar do velho bigmouth supera, em muito, qualquer trauma que ele tenha sofrido pelo testemunho da eliminação do Brasil estando no estádio!

Tudo bem, velho Mick, eu te perdoo. Mas agora, pra minha infelicidade, eu vou falar do Jegue!

O jegue não é nenhum astro do Rock'n Roll. O Jegue nunca pegou uma modelo brasileira. O Jegue não tem nenhum filho 'half english'. O Jegue não tem nem um décimo da fortuna do Jagger. O JEGUE FOI O MAESTRO DA DERROTA DO MEU BRASIL!!!!!!!!!!

Meu Deus, como eu estou triste!

Nós fomos conduzidos por um jegue, como nos tempos do Brasil dos coronéis, das velhas estradas de terra batida, das carroças. Quem sempre esteve à frente do meu (nosso) time foi um JEGUE! Não me conformo.

Segundo o dicionário: O asno (Equus asinus), chamado ainda de burro, jumento ou jegue, é um mamífero perissodátilo de tamanho médio, focinho e orelhas compridas, utilizado desde tempos pré-históricos como animal de carga.

Mais ainda: Em Portugal, tal como no Brasil, chamar burro a alguém é uma ofensa. Um indivíduo burro é um indivíduo pouco inteligente, estúpido, teimoso, ignorante, com pouco entendimento, sem conhecimento geral/criatividade.


Dunga, não me canso de te chamar de jegue no sentido da ofensa! Sei que você é um animal de carga, como jogador já nos deu alegrias, e até como técnico. Mas eu estou falando desta copa. E, para mim, você é um burro. Um jegue daqueles dos mais bravos (totalmente sem noção) e sem nenhuma inteligência. Burro da nisgaça (não posso ficar xingando muito, porque minha mãe lê este texto)!!!!!!!!!!!!!!!!

Caraio, como eu estou com raiva! Parece que estou no meu santuário, Pituaço, vendo o meu Baêa jogar mal! O safado do jegue convocou mal, escalou mal, deixou em campo quem não demonstrava nenhuma condição (Kaká, Luís Fabiano, Felipe Melo), não soube substituir (trocar 6 por meia dúzia com o Brasil perdendo?) e, principalmente, NÃO SOUBE CONVOCAR!!!

Aliás, esta foi a principal demonstração de burrice do jegue. O jegue não levou ninguém que pudesse substituir com qualidade e criatividade o bichado-mais-queridinho-do-Brasil: Kaká. Outro safado!

Bom, eu apostaria em Ronaldinho gaúcho ou Paulo Henrique Ganso, mas meu lamento agora já de nada adianta. Me (nos) resta chorar!

Tudo bem, ainda vou comer água hoje. É feriado aqui na Bahia, é aniversário da minha velha Bé (60 excelentes anos), e 2014 vem aí, ninguém nos segura Brasil, rumo ao hexa!!!!!

O jegue e o Jagger, o Jagger e o JEGUE. Para mim, os dois foram os responsáveis pela derrota do Brasil neste dia.

O Jagger eu perdoo!

Ps.: No meu Ipod só tem, infelizmente, duas músicas dos Rolling Stones (e todos os álbuns dos Beatles), que eu escutei repetidamente enquanto escrevia este texto. Não era pra ficar com mais raiva, mas pra saber, exatamente e sem distrações, pra quem direcionar minha raiva. Que pena (??) que o JEGUE nunca gravou nada...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Carta aberta!

Apesar do lapso temporal entre um texto e outro, é cada vez mais gratificante manter este blog. Eu percebo isso porque, apesar de não me esforçar para publicar texto meu, volta e meia recebo algumas preciosidades vindas de gente muito capaz, antenada com os problemas de nosso município, mas que não são expostos/veiculados na mídia "oficial", digamos assim, por contrariar a opinião de seu mantenedor, que, para mim, sem sombra de dúvida, é o poder público. Como escapar à tirania dos "donos da informação"?

Se não fosse assim, que outra explicação encontraríamos para a não publicação desde simples recados até textos responsáveis, bem elaborados, bem redigidos e fundamentados e que contém de pecado apenas o fato de não ajoelhar e dizer amém para o que está posto? Será o medo de ir à falência pelo risco de deixar zangadinho o seu patrão que não sabe receber críticas? Que quer se valer, cooptando tudo e todos, das práticas dos regimes de exceção, de só deixar noticiar os aspectos positivos (até mesmo fabricando-os) de sua gestão?

Bom, acreditando que isso só acontece na China, em Cuba, na Venezuela, Coréia do Norte etc., nunca aqui no Brasil ou em Camaça,é que tenho que me precaver e, então, mantenho este blog. É porque a gente nunca sabe, então temos que ter uma via de escape, um lugar nosso (alías, temos que dar graças a Deus pela vida do sacaninha que inventou a internet, esse espaço mais do que democrático), onde não conseguem, tolher, comprar ou aprisionar o que pensamos e nem impedir de passar adiante.

O texto a seguir me foi enviado por Marcelo Figueiredo, que apesar de ter sobrenome de presidente da ditadura, é um cidadão que já nasceu sob os auspícios da democracia, e portanto, não fica calado pra fazer média com ninguém, principalmente quando assunto é deveras importante e atinge diretamente a vida de todos nós, ferindo de morte o meio ambiente em que vivemos.

Marcelão além de ambientalista, é licenciado em geografia pela UEFs, tricolor que nem eu (graças a Deus) e integrante, junto com Ítalo e Bogus, de uma das minhas bandas preferidas: a The Pivo's.

Leiam atentamente, a seguir, a CARTA ABERTA de Marcelo;



Camaçari – Ba : Economia, política energética e questão ambiental, 12/05/2010:


A análise que se procede abaixo não pretende de maneira alguma ser uma abordagem de caráter científico, mesmo porque se faz necessário que a mesma flua com certa horizontalidade no seio da sociedade como um todo, mais especificamente, a sociedade camaçariense. Entretanto, o ofício nos obrigará a uma fazer uma reflexão cuja complexidade dos fatos exigirá ponderar sucintamente sobre algumas questões.

No nosso sistema Solar um dos fatores indispensáveis para a existência e manutenção da vida no planeta Terra é a existência de uma camada gasosa, chamada de Atmosfera, que envolve nosso planeta em estado de relativo equilíbrio. Nesta atmosfera estão presentes diversos tipos de gases (dióxido de carbono, oxigênio, metano, ozônio, hidrogênio, argônio) que são responsáveis pela manutenção do efeito estufa, efeito esse, por sua vez, responsável pela manutenção do calor no planeta Terra. Todavia, o balanço térmico gerado pelo efeito estufa no planeta Terra pode sofrer modificações em virtude da menor ou maior concentração de alguns gases presentes na atmosfera, dentre eles o dióxido de carbono (CO2) gerado no queima de combustíveis fósseis (carvão mineral e derivados do petróleo) ou na queimada de floretas.

Com a I Revolução Industrial em curso ainda na segunda metade do século XVIII na Inglaterra, a sociedade além de instituir novos padrões de produção e de consumo que vem se metamorfoseando até os dias atuais, estabeleceu uma nova relação de equilíbrio ambiental no mundo moderno. As principais fontes de produção energética desse período esteve pautada nas usinas termelétricas. Vejamos a definição que o site www.ambientebrasil.com.br nos traz sobre usina termelétrica:

“ Instalação que produz energia elétrica a partir da queima de carvão, óleo combustível ou gás natural em uma caldeira projetada para esta finalidade específica”.

Na contra mão do equilíbrio ambiental é possível afirmar categoricamente, portanto, que desde o século XVIII, o estilo de desenvolvimento adotado pelas nações mundiais vem comprometendo sobremaneira o balanço térmico gerado pelo efeito estufa, na medida que a queima de combustíveis fósseis nas usinas termelétricas vem contribuindo para uma maior concentração de gases capazes de absorver calor, conduzido-nos deste modo, para um cenário popularizado na última década de aquecimento global.

Vejamos o que o site www.ecoos.org comenta sobre o último grande debate mundial realizado em dezembro de 2009, em Copenhague, com relação a problemática das mudanças climáticas:

“ Se não nos unirmos para adotar uma ação decisiva, as mudanças climáticas devastarão nosso planeta, acabando também com nossa prosperidade e nossa segurança. Os perigos têm se tornado evidentes há uma geração. Agora os fatos começam a falar por si: 11 dos últimos 14 anos foram os mais quentes já registrados, o gelo do Ártico está derretendo e a alta nos preços do petróleo e dos alimentos no ano passado é um exemplo do caos que pode estar por vir. Nas publicações científicas, a questão não é mais se os seres humanos devem levar a culpa pelo que está acontecendo, mas quão curto é o tempo que temos para reduzir danos. Até aqui, a resposta mundial tem sido fraca e sem entusiasmo”

Em nossa querida Camaçari – Ba, que se faz de madrasta pouco gentil para seus legítimos filhos, a resposta tem sido para além de fraca e sem entusiasmo, ecoa mesmo em tom irrefutável de algoz de qualquer movimento ambiental que se coloque a frente dos ditames econômicos, na medida que o dia 12 de Maio de 2010 está sendo inaugurada a temida usina termelétrica Arembepe Energia S/A, estratégia do governo federal (pasmem!),no Poloplast, situado em plena área urbana da cidade.

Deste modo queridos(as) amigos(as), a partir da supracitada data, a Cidade de Camaçari entra em contradição com o que fora acordado nos encontros mundiais sobre a questão ambiental, Rio-92, Rio+10, Copenhague, como também com o que fora ratificado pelo Brasil em documentos oficiais como a Agenda 21 (desenvolvimento sustentável, lembram?) ou o Protocolo de Quioto , ou até mesmo com a Lei Orgânica Municipal em seu capítulo VIII, Artigo 181 e Artigo 182, que diz:

“ A execução de obras, atividades, processos produtivos, instalação de industrias e empreendimentos e a exploração de produtos naturais de quaisquer espécies, quer pelo setor público, quer pelo setor privado, somente serão admitidas quando houver resguardo do meio ambiente ”

Sinceramente, o funcionamento da Usina Arembepe Energia S/A é uma verdadeira espoliação não só com a humanidade, mas principalmente das futuras gerações de filhos e filhas camaçarienses. A situação é grave, gravíssima!

“ Salve ó terra, por todos querida, majestosa cidade baiana, de um povo com alma aguerrida, sob o sol és a mais soberana”



Marcelo Figueiredo, morador da Gleba A, licenciado em Geografia pela UEFS e ambientalista.