domingo, 4 de julho de 2010

Se não os temos, como sabê-lo?


Hoje eu acordei com uma vontade cortante, angustiante de beijar os meus filhos. Me apressei em olhar Rodrigo - que é o filho que (ainda) mora comigo - e cutir a beleza, a tranquilidade e a paz que se manifestam na imagem de uma criança dormindo.

Imediatamente depois, passei a mão no telefone e liguei para a primogênita - que mora com a mãe, a cinquenta Km daqui - mas, como eu já esperava, ela ainda dormia. Ela foi morar um pouco longe, mas eu ainda sei todos os seus horários. Pena que não pude apreciá-la ainda dormindo hoje. Tudo bem, ainda (de anteontem pra) ontem eu te ninei, Eduarda, esperei você levantar e fui fazer o seu café.

Depois de ter acordado com essa vontade, fiquei boa parte da manhã com um poema de Vinícius de Morais na cabeça, e acho que foi isso que me levou a escrever este texto. O beijo em Rodrigo eu já dei (vários, por sinal), agora já consegui falar com Eduarda (tenho necessidade vital de fazer isso diariamente), então, precisava escrever pra ver se parava de ficar pensando no poema.

Disse o Poetinha:

Filhos...filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?

Eu tenho certeza que há alguns caras que não nasceram para a paternidade. Eu, certamente, não sou um deles! Meus filhos não foram programados, isso eu sei, mas há quase quinze anos (que é a idade da minha princesa) que eu sei que o mundo teria tons muito mais acinzentados, opacos, não fosse o colorido, de um brilho quase ofuscante, que a existência deles traz!

Oportuno é o raciocínio de Fabio Ulhoa Coelho, quando diz: "Mostrar o mundo para o filho é redescobri-lo nos seus perdidos detalhes: depois de crescer, a gente só se recorda que a lagarta se metamorfoseia em borboleta, e tantas coisas mais, ao falar disso com ele. Ter filhos, vivenciando intensamente a relação, é rejuvenescer."

Parece que Rodrigo sabe disso, mas o que ele não sabe (do alto dos seus quase três anos) é que a gente fica mais jovem na cabeça e no espírito, fisicamente nós não somos mais os mesmos e não dá pra ficar toda hora sendo o cavalo de corrida, o piso do pula pula ou sustentando ele no ar pra que ele voe igual a abelhinha do Bee Movie (socorro, um ortopedista!!).

Filhos? filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos Convulsos
Meu Deus, salvai-o!

É trabalho hercúleo, eu acho que já fiz queixas pra mim mesmo um zilhão de vezes, mas a recompensa de vê-los estarem bem depois de uma gripe, crise de garganta ou um machucado, faz qualquer fadiga parecer fichinha. Por vocês eu aprendi a lavar roupa, varrer casa, lavar pratos e evoluí de um nissin miojo para uma feijoada complexa. Lembra do macarrão com atum, que hoje você já faz tão bem, Eduarda? Aprendi a fazer tudo o que vocês precisam e, principalmente, o que mais gostam, meus filhos!

É claro que eu tenho plena consciência de que a minha condição é fruto do que eu adquiri dos meus pais, a quem eu devo tudo e que sempre cuidaram e cuidam, protegeram e protegem a mim, meus irmãos e seus netos. Não poderia ser diferente tendo os pais que tenho. Com eles eu continuo aprendendo que a distância não separa, une, que esta mesma distância não é obstáculo que impeça que estejamos sempre muito próximos, colados mesmo. Que o amor dá um nó que não desata nunca!

Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Eduarda e Rodrigo são o que me há de mais caro, tudo o que eu mais amo e, por isso, espero poder, pelo resto de minha vida, fazer com que vocês se orgulhem cada vez mais de descenderem de mim. Independente de vivermos o tempo todo na mesma casa, nós estamos e estaremos o tempo todo juntos!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Jagger e o JEGUE!!!!

Eu juro que eu já sabia! Não queria acreditar, mas sabia!

Aliás, eu que sou extremamente supersticioso, comecei a ter maus pressentimentos quando vi, no início da transmissão, a imagem de um dos meus ídolos dentro do estádio. Pois é, estou me referindo a Mick Jagger.

Mais do que ícone de várias gerações, lenda viva do Rock'n Roll, responsável por vários dos momentos inesquecíveis em minha e em várias vidas, Mick tem uma qualidade que eu considero primordial num Rockstar: é BROCADOR! Dos mais tenazes.

O problema, é que este foi, justamente hoje, O PROBLEMA!

No início da transmissão, não me lembro por qual canal, acharam Jagger dentro do estádio, acompanhado de seu filho (meio brasileiro, half English), torcendo pelo MEU Brasil. Não, mil, um milhão de vezes, não! Não podia ser. E por que eu tinha que chegar justamente naquela hora?

Quem tem acompanhado essa copa sabe que o líder dos Rolling Stones só tem trazido azar aos times pelos quais ele torce. Foi assim com os EUA, foi pior com o seu próprio time, a Inglaterra. Eu já tinha repetido pra mim mesmo: tomara que essa nisgaça nunca apareça num jogo do meu amado Brasil.

O pior é que não deu outra. Eu tinha me esquecido da condição de brocador-mor de Mick Jagger e, me esquecido mais ainda, que ele tinha um filho com uma pseudo-modelo brasileira. MERDA!

O guri não tem nada a ver com isso, pelo menos a metade brasileira dele. Ele não tem culpa que seu pai é um pé frio da miséria. Só não tenho mais pena dele, porque o quantum que ele vai herdar do velho bigmouth supera, em muito, qualquer trauma que ele tenha sofrido pelo testemunho da eliminação do Brasil estando no estádio!

Tudo bem, velho Mick, eu te perdoo. Mas agora, pra minha infelicidade, eu vou falar do Jegue!

O jegue não é nenhum astro do Rock'n Roll. O Jegue nunca pegou uma modelo brasileira. O Jegue não tem nenhum filho 'half english'. O Jegue não tem nem um décimo da fortuna do Jagger. O JEGUE FOI O MAESTRO DA DERROTA DO MEU BRASIL!!!!!!!!!!

Meu Deus, como eu estou triste!

Nós fomos conduzidos por um jegue, como nos tempos do Brasil dos coronéis, das velhas estradas de terra batida, das carroças. Quem sempre esteve à frente do meu (nosso) time foi um JEGUE! Não me conformo.

Segundo o dicionário: O asno (Equus asinus), chamado ainda de burro, jumento ou jegue, é um mamífero perissodátilo de tamanho médio, focinho e orelhas compridas, utilizado desde tempos pré-históricos como animal de carga.

Mais ainda: Em Portugal, tal como no Brasil, chamar burro a alguém é uma ofensa. Um indivíduo burro é um indivíduo pouco inteligente, estúpido, teimoso, ignorante, com pouco entendimento, sem conhecimento geral/criatividade.


Dunga, não me canso de te chamar de jegue no sentido da ofensa! Sei que você é um animal de carga, como jogador já nos deu alegrias, e até como técnico. Mas eu estou falando desta copa. E, para mim, você é um burro. Um jegue daqueles dos mais bravos (totalmente sem noção) e sem nenhuma inteligência. Burro da nisgaça (não posso ficar xingando muito, porque minha mãe lê este texto)!!!!!!!!!!!!!!!!

Caraio, como eu estou com raiva! Parece que estou no meu santuário, Pituaço, vendo o meu Baêa jogar mal! O safado do jegue convocou mal, escalou mal, deixou em campo quem não demonstrava nenhuma condição (Kaká, Luís Fabiano, Felipe Melo), não soube substituir (trocar 6 por meia dúzia com o Brasil perdendo?) e, principalmente, NÃO SOUBE CONVOCAR!!!

Aliás, esta foi a principal demonstração de burrice do jegue. O jegue não levou ninguém que pudesse substituir com qualidade e criatividade o bichado-mais-queridinho-do-Brasil: Kaká. Outro safado!

Bom, eu apostaria em Ronaldinho gaúcho ou Paulo Henrique Ganso, mas meu lamento agora já de nada adianta. Me (nos) resta chorar!

Tudo bem, ainda vou comer água hoje. É feriado aqui na Bahia, é aniversário da minha velha Bé (60 excelentes anos), e 2014 vem aí, ninguém nos segura Brasil, rumo ao hexa!!!!!

O jegue e o Jagger, o Jagger e o JEGUE. Para mim, os dois foram os responsáveis pela derrota do Brasil neste dia.

O Jagger eu perdoo!

Ps.: No meu Ipod só tem, infelizmente, duas músicas dos Rolling Stones (e todos os álbuns dos Beatles), que eu escutei repetidamente enquanto escrevia este texto. Não era pra ficar com mais raiva, mas pra saber, exatamente e sem distrações, pra quem direcionar minha raiva. Que pena (??) que o JEGUE nunca gravou nada...